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Colônia Penal agoniza e agentes penitenciários podem pagar com a vida

Hoje à tarde, o SINDARSPEN estará reunido com o DEPEN, MP e TJPR para fazer nova cobrança de providências para resolver a situação
23/11/2018


O ataque ocorrido a um agente penitenciário, ontem (22), na Colônia Penal Agroindustrial (CPAI), em Piraquara, foi mais um episódio que expõem a gravidade da situação na unidade. O servidor foi agredido após um preso se recusar em passar pela revista de rotina ao voltar para a CPAI no final do dia. A Colônia é uma unidade de regime semiaberto, da qual parte dos detentos sai durante o dia para atividades de trabalho e retorna durante a noite.

A falta infraestrutura física e de efetivo para fiscalizar a unidade comprometem totalmente a segurança do local.  São cerca de 1.100 internos numa área com 10 alojamentos, olaria, parque agrícola, vacaria e museu, cercada por mato e sem iluminação. Os rádios de comunicação interna dos agentes não têm alcance em toda a extensão da unidade. 

Para dar conta de toda essa massa carcerária, e nessas condições de trabalho, existem apenas 15 agentes por plantão noturno para guarnecer 22 postos de trabalho. 
 
Após a agressão sofrida ontem pelo servidor, agentes do Setor de Operações Especiais do DEPEN e da Polícia Militar fizeram uma “geral” no alojamento do agressor e encontraram celulares, chips, uma faca, uma marreta, maconha e uma balança de precisão. Na última segunda-feira, os agentes da unidade já haviam feito uma geral em outros dois alojamentos e encontraram 52 celulares, 3 kg de maconha e 20 pinos de cocaína. Em março, até uma garota menor de idade foi encontrada nas dependências na Colônia por agentes penitenciários. 
 
Além da falta de segurança, os agentes que nela trabalham também são submetidos a condições insalubres, como esgoto aberto, fiação elétrica exposta e alojamento precário.

Desde o início do ano, o Sindicato dos Agentes Penitenciários vem notificando o Ministério Público, o Tribunal de Justiça e o DEPEN para que sejam tomadas providências para resolver a situação. “O caos na CPAI não é novidade para ninguém que lida com o sistema penitenciário no Paraná. Já enviamos relatórios, fotos, fizemos várias reuniões e as promessas não saem do papel. O que aconteceu ontem poderia ter terminado numa grande tragédia, caso o SOE não tivesse chegado a tempo de conter os presos que iam atacar mais agentes”, relata o presidente do SINDARSPEN, Ricardo Miranda.

Na tarde desta sexta-feira (23), o presidente do Sindicato vai estar com o diretor do DEPEN, Francisco Caricati, o presidente do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Penitenciário do TJPR, Ruy Muggiati, e com o promotor do Centro de Apoio das Promotorias de Justiça Criminais e de Execuções Penais do MP, André Pasternak, para mais uma vez cobrar providências. 



Apreensões feitas por agentes na última segunda-feira em dois alojamentos inspecionados na CPAI
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