A falta de efetivo e a urgente necessidade de automação das unidades foram os primeiros assuntos tratados. A presidente do Sindicato, Petruska Sviervoski, deu um panorama da gravidade da falta de agentes em todo o estado.
Quanto às automações, a presidente relembrou que no ano passado o SINDARSPEN iniciou uma relação com a Secretaria de Administração Penitenciária de SP, que se dispôs em auxiliar o Paraná na modernização das unidades penais, tendo como base a experiência já aplicada em SP. A falta de automação expõe os agentes a perigos que poderiam ser evitados se as unidades fossem modernizadas. A falta de investimentos é tanta, que não existe uma unidade no PR que não tenha algum equipamento ou acessório de segurança comprado pelos próprios agentes. Os colegas fazem vaquinha, rifa ou tiram dinheiro do próprio bolso pra comprar câmeras de segurança e outras coisas que o Estado deixa de comprar, relatou Petruska.
O líder do governo na ALEP, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), que acompanhou a reunião, se disse convencido de que são necessários investimentos urgentes em tecnologia no sistema penitenciário.
SOCIEDADE CIVIL SE MANIFESTA CONTRA OS SHELTERS
A presidente do Sindicato entregou ao secretário uma carta assinada por várias entidades, protestando contra a instalação das celas modulares, os chamados shelters. O documento, chamado de Carta à Sociedade Paranaense é assinado por várias entidades, entre as quais o SINDARSPEN, o Conselho da Comunidade de Curitiba, Comissão de DH da Assembleia Legislativa e Pastoral Carcerária. O documento será entregue também ao governador Beto Richa.
Estão fazendo puxadinho nas unidades sem prever contratação de pessoal. Isso vai sobrecarregar ainda mais os agentes que já trabalham como dois ou três, protestou Petruska. Na PEP I, onde acontecem obras pra instalação das celas modulares, um agente chega a tomar conta de 180 presos, conforme relatou o servidor Diego Daniel Gurski, que acompanhou a reunião representando os colegas de unidade. Como é que a gente ainda vai ter que cuidar dos shelters com o mesmo efetivo?, questionou.
CANAL PERMANENTE DE DIÁLOGO
Julio Reis alegou que já pegou o processo de instalação das celas modulares iniciado e que vai se inteirar melhor da situação para ver o que pode ser feito. O secretário também se comprometeu em estabelecer um canal permanente de diálogo com os agentes penitenciários, ouvindo as pautas e ponderações da categoria.
Na próxima quinta-feira, terei a primeira reunião com o diretor do DEPEN e as pautas que vocês me trazem serão conversadas. Vamos tentar estabelecer uma rotina de conversa conjunta entre a SESP, o Sindicato e o DEPEN, defendeu Reis.
Também participaram da reunião o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PSB), a diretora Executiva do SINDARSPEN, Vanderleia Leite, o conselheiro fiscal do Sindicato Luiz Carlos Lima e o agente penitenciário Thorstein Ferraz.
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