O acusado pela morte do agente de cadeia Kevin de Souza, executado na porta de casa em junho de 2015, em Cambé, no norte do Paraná, foi condenado pela Justiça por todos os crimes pelos quais foi acusado.
Guilherme Bertha Alves de Miranda foi condenado a 19 anos de prisão, nesta quinta-feira (19), por posse ilegal de arma de fogo, homicídio duplamente qualificado (por motivo torpe e por empregar meio que dificultasse a defesa da vítima) e por duas tentativas de homicídio qualificado para garantir a execução do primeiro crime. Após matar Kevin, o homem tentou matar a noiva e o pai do agente que o socorreram na porta de casa.
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná, que participou do julgamento na condição de assistente de acusação por meio do advogado da entidade especialista em Direito Penal, Mário Barbosa, vai recorrer da decisão por entender que a pena aplicada pela juíza foi branda diante da gravidade dos crimes. Na dosimetria da pena, a magistrada considerou o fato de Guilherme ser réu primário e menor de 21 anos à época.
“Nós ficamos felizes com o fato do Tribunal do Júri ter condenado o assassino por todos os crimes apresentados pela acusação, mas ficamos frustrados com a dosimetria da pena. Um homicídio duplamente qualificado e duas tentativas de homicídio qualificado é para muito mais que 19 anos. Vamos pedir uma pena condizente com a decisão dos jurados”, declarou a diretora Jurídica do SINDARSPEN, Petruska Sviercoski.
Outro questionamento do Sindicato é quanto à punição dos mandantes do crime. De acordo com as investigações, Kevin foi executado por determinação de facções criminosas, porém, ninguém está sendo julgado por ser mandante da execução.
O julgamento de Guilherme Bertha foi acompanhado por dirigentes sindicais e agentes penitenciários da região, que usavam camisetas em homenagem ao agente de cadeia.
Kevin de Souza foi executado em 15/06/2015, na porta de casa, em Cambé. Ele trabalhava como agente de cadeia (PSS) na Penitenciária Estadual de Londrina II e tinha apenas 21 anos. As investigações apontaram que a morte foi encomendada por uma facção criminosa com o intuito de gerar temor na sociedade com a execução de um agente público da área da segurança pública.
