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Após mobilização de servidores, Governo do Paraná abre negociação para pagar reposição salarial

Governo do Estado recuou no discurso de que não pagaria a data-base dos servidores. Negociações começam nesta terça-feira (30).
29/04/2019


A união dos trabalhadores levou mais de 10 mil servidores públicos estadual para a manifestação realizada, nesta segunda-feira (29) em Curitiba, para cobrar do governador Ratinho Junior (PSD) a promessa de pagar a data-base e atender outras pautas das categorias.

O protesto teve início na Praça Santos Andrade e seguiu em caminhada pelas ruas da capital até o Palácio Iguaçu, onde uma comissão de lideranças sindicais foi recebida pelo vice-governador, Darci Piana.

Após mais de duas horas de reunião, o governo recuou do discurso de que não pagaria a data-base. Ficou encaminhado que, a partir desta terça-feira (30), um grupo de trabalho com representantes dos servidores, governo e deputados vai debater os números para definir o percentual de reposição nos rendimentos do funcionalismo para esse ano e as demais reivindicações. Foi acertado que não será votada a reposição dos servidores de outros poderes, como Legislativo e Judiciário, sem colocar em votação a reposição dos servidores do Executivo.

Durante a reunião, também foi abordada a situação deficitária do serviço público em todas as áreas, a necessidade de concurso público, a questão da Paranaprevidência, a situação de adoecimento e da perícia médica, os problemas das universidades e outras urgências do serviço publico.

Além de capital, houve protestos nas principais cidades do estado, como Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu. Escolas e universidades fecharam as portas. A adesão também contou com as categorias dos agentes da segurança pública, da saúde e meio ambiente. No total, cerca de 30 sindicatos participam da mobilização.

Salários congelados há 3 anos

Os servidores públicos do Paraná estão com os salários congelados desde 2016 e, segundo o DIEESE, as perdas já somam 17,02%. De acordo com o economista Cid Cordeiro, os trabalhadores estão deixando de receber o equivalente a dois meses de salário por ano.

Além de cobrar o pagamento da data-base, a manifestação fez memória do Massacre do Centro Cívico, como ficou conhecida a trágica repressão policial ocorrida em 29 de abril de 2015, em frente a sede do governo do estadual. Centenas de servidores que protestavam contra a retirada de direitos ficaram feridos após serem alvejados pela Polícia Militar com bombas de gás, spray de pimenta e balas de borracha. A ação foi ordenada pelo ex-governador Beto Richa (PSDB).

Leia também: Os agentes penitenciários nos protestos de 29 de Abril 

 

Texto: Ascom SINDARSPEN, com informações do FES