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Policiais penais entregam Inspetorias dos presídios em todo o Paraná

Um plano de carreira digno da importância da categoria é algo que deve unificar todos os policiais penais. Nesse campo polarizado, ou se é categoria ou se é governo. Novas ações vão acontecer.
09/06/2021


 

 
Em um ato simbólico na maior unidade do Paraná, a Penitenciária Central do Estado (PCE), os policiais penais iniciaram ontem (08/06) o processo de entrega das Inspetorias nos presídios e casas de custódia em todo o estado. A ação faz parte da série de protestos que vêm sendo realizados nos últimos dias pela categoria em resposta ao não reconhecimento do Governo do Estado aos direitos desses trabalhadores.
 
Em todo o Paraná, policiais penais têm acompanhado o movimento, que deve prosseguir até que o Governo do Estado abra o diálogo para o atendimento às demandas da categoria: o pagamento das promoções atrasada há três anos de mais de 900 servidores e retomada na negociação de um Plano de Carreira, Cargos e Salários nos termos das discussões paralisadas em 2019. (Clique aqui e veja a tabela defendida pelo SINDARSPEN com base nos debates com a categoria e a SESP).
 
Protestos histórico
 
Os portões do Complexo Penitenciário de Piraquara foram fechados ontem (08/06) em um protesto histórico dos policiais penais. Só foram permitidas a entrada de servidores para a garantia dos trabalhos básicos, como entrega de alimentação, medicamentos e cumprimento de alvarás judiciais. Atividades de trabalho, estudo, atendimentos jurídicos e sociais foram suspensas no Complexo.
 
Além de policiais penais da Região Metropolitana de Curitiba, participaram do ato servidores Ponta Grossa, Guarapuava, Maringá, Cruzeiro do Oeste, Cascavel e Foz do Iguaçu. Os policiais percorreram todo o Complexo de Piraquara em um ato simbólico de abertura dos portões para a luta. Veja as fotos.
 
Em seguida, eles se dirigiram em carreata até o Departamento Penitenciário, em Curitiba, onde realizaram mais um protesto.
 
 
Não existe luta sem coragem
 
A Inspetoria é considerada o coração do funcionamento de um presídio, sendo composta por quem coordena as atividades de segurança no estabelecimento penal. O inspetor é um policial penal escolhido pela Divisão de Segurança e Disciplina (Dised), oficializado através de Portaria da direção da unidade e é responsável para representá-la perante os demais servidores e presos. Junto com ele trabalham também auxiliares designados pela Chefia das unidades. Porém, embora sejam funções de extrema responsabilidade na segurança dos presídios e casas de custódia, esses trabalhadores não recebem qualquer compensação financeira e, em muitos casos, não há nem mesmo o reconhecimento formal do Estado, faltando até a portaria interna para regulamentar a função dentro da unidade. 
 
A função nas Inspetoria exige uma nomeação por Portaria e nenhum servidor é obrigado a exercê-la. Ainda mais sem que haja o devido reconhecimento por parte do Governo.
 
O SINDARSPEN orienta que, caso algum policial penal ainda não tenha formalizado sua renúncia desses cargos não remunerados, faça o mais breve possível. O Sindicato está dando todo o suporte jurídico necessário aos policiais que aderiram à ação, especialmente se houver qualquer tentativa de represálias e perseguição a esses trabalhadores por parte de seus superiores comissionados. Toda e qualquer atitude antisindical, como tentativas limitar ou infringir o livre exercício de manifestação individual e coletiva por melhores condições de trabalho e salário, deverá ser denunciado para o Sindicato para as medidas jurídicas cabíveis. Estramos travando uma luta em defesa de todos os policiais penais e o interesse coletivo deve se sobrepor ao individual. 
 
“Nessa luta, não existe SOE, GSI, fundo de cadeia, administrativo. A luta é uma só. É a carreira de todos nós que está em jogo. Se o Governo colocar em prática o seu plano maquiavélico de pagar as promoções atrasadas apenas na transposição de tabela para um PCCS sem debate com os trabalhadores, a nossa carreira será destruída e nossos salários serão ainda mais desvalorizados. Não podemos permitir”, ressalta o presidente do SINDARSPEN, Ricardo Miranda.
 
Clique aqui e entenda a armadilha do Governo do Estado contra os policiais penais.