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Mais uma vez agentes pagam com a vida pelo caos no sistema penitenciário


09/11/2017


A rebelião que acontece desde a tarde desta quinta-feira (9/11) na Penitenciária Estadual de Cascavel (PEC) mais uma vez expõe a gravidade da falta de segurança com que trabalham os agentes penitenciários no Paraná.
 
Um agente penitenciário e dois agentes de cadeia foram feitos reféns. Um dos agentes temporários foi resgatado no final da tarde pelo Setor de Operações Especiais do DEPEN (SOE) com graves ferimentos na cabeça e no rosto. Há informações de que os dois trabalhadores que ainda estão com os detentos também estão feridos.
 
A falta de efetivo continua sendo o principal problema enfrentado na rotina das unidades, seguida da ausência de automação nas penitenciárias do Paraná. 
 
A PEC tem cerca de 1000 presos para 40 agentes por plantão (entre agentes penitenciários e agentes de cadeia temporários), dando um número de 25 presos por trabalhador, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária preconiza que a proporção seja de 5 presos para cada agente.
 
A estimativa é de que em todo o Paraná haja um déficit de cerca de 1.600 agentes penitenciários. Em julho deste ano, expirou o último concurso realizado para a categoria, havendo 1.200 aprovados aguardando convocação.
 
Apesar de ter passado por uma grande reforma recentemente, a PEC não conta com um sistema automatizado e a abertura das celas e galerias ainda acontece de forma manual. Em 2014, a Penitenciária Estadual de Cascavel foi palco de uma das mais sangrentas rebeliões do estado, que terminou com cinco presos mortos e dois agentes mantidos reféns por 45 horas.
 
A falta de segurança é potencializada quando o governo deixa de cumprir também suas obrigações na execução penal, deixando de garantir, por exemplo, defensores públicos nas unidades e condições mínimas para o trabalho e assistência nos presídios.
 
O Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná vem mais uma vez se manifestar publicamente contra o descaso com o sistema penitenciário no Paraná e conclama toda a sociedade para pressionar o governo do Paraná por mais atenção para essa situação.
 
O que acontece nos presídios tem reflexos na segurança de toda a população. Precisamos estar todos atentos. 
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