Chega ao fim mais uma rebelião no Paraná. Após 48h, presos da PIG (Penitenciária Industrial de Guarapuava) soltaram os Agentes Penitenciários feitos reféns e, em seguida, foram transferidos para outras unidades penais. A rebelião teve o maior número de reféns até agora, sendo 13 servidores penais, além de vários presos que cometeram crimes sexuais. Os reféns sofreram agressões físicas e psicológicas. Os trabalhadores foram encaminhados para o Hospital para os primeiros socorros e terão que passar por tratamentos psicológicos.
Essa é a primeira rebelião registrada na PIG. O presídio apontado como modelo foi construído há 15 anos. Possui a capacidade para 240 vagas e está com lotação no limite, com 239 presos. Os presos podem trabalhar e estudar na unidade. O motim teve início na manhã de segunda-feira (13) e terminou ontem (15) por volta das 11h.
Para a vice-presidente do Sindarspen (Sindicato dos Agentes Penitenciários do Paraná), Petruska Sviercoski, o Governo do Estado precisa enxergar a situação em que se encontra o Sistema Penitenciário. “Quero fazer um desabafo para toda a sociedade, para o Governo do Estado: Até quando os agentes vão sofrer esses tipos de pesadelo? Até quando o Governo vai fechar os olhos para os problemas penitenciários do Paraná? Nós precisamos de medidas imediatas, não dá para prorrogar esses problemas”, argumentou.
Ainda segundo Petruska, a falta de segurança dentro das unidades penais do Paraná não é de hoje. “Há meses os Agentes denunciam a crise instalada no Sistema Penitenciário do Paraná e o Governo finge não ver o que está acontecendo. Diante a inércia do Estado, a categoria havia decretado greve geral no Sistema para o dia 29 de setembro de 2014 por mais segurança. No entanto, a mobilização paredista foi barrada por uma limitar no TJ (Tribunal da Justiça do Paraná)”, explica. O Sindarspen recorreu da decisão e aguarda o julgamento.
Ato Público!
Impedidos de fazer greve, rebeliões virando rotina e o Governo sem definir alternativas concretas para melhorar as penitenciárias do Paraná, os Agentes se obrigaram a reivindicar investimentos de outra forma. Para tanto, os servidores marcaram um Ato Público para o próximo dia 22 (quarta-feira), na parte da manhã, em Curitiba. Os trabalhadores pretendem realizar uma grande passeata no centro da cidade, com faixas e distribuindo panfletos para a sociedade.
O objetivo da manifestação é protestar contra rebeliões e a falta de segurança no Sistema Penitenciário do Paraná. Nos próximos dias informaremos mais detalhes da mobilização.
